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quarta-feira, 23 de março de 2016

Governos Autoritários: Alemanha, Itália e Espanha. (texto)

 Governos Autoritários - texto


Governos autoritários.
“Creio em Nosso Santo Pai, o fascismo.”
Credo Del Balilla, In: LENHARO, Alcir. Sacralização da política. Campinas: Papirus/Unicamp, 1986, p. 169
        
Após a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), proliferaram em vários países da Europa governos fascistas ou nazistas, regimes totalitários e militarizados, cujo poder se baseava na força das armas e na propaganda política. Em geral identificados com valores nacionalistas extremados, esses governos foram responsáveis por inúmeros conflitos internos e internacionais.
         Na Europa, a crise econômica do pós-guerra resultou no desemprego em massa, na constante alta do custo de vida e em uma crise social que os governos liberais não souberam resolver. Por outro lado, havia o exemplo da União Soviética, onde a revolução proletária parecia ter dado certo: não se falava de desemprego ou carestia no Estado socialista.
         Grande parte da classe trabalhadora européia passou a acreditar que a solução definitiva para seus problemas era o processo revolucionário, e as teses socialistas ganhavam cada vez mais adeptos. Assustada, a burguesia buscou nos movimentos nazi-fascistas o apoio que lhe garantia a manutenção da propriedade privada e a repressão aos que representavam uma ameaça às suas vantagens sociais.

Espanha: franquismo
         As eleições de 1936 foram vencidas por uma Frente Popular liderada por socialistas, com a participação de sindicalistas e comunistas, que pretendia aprofundar as reformas. O novo governo deu início à reforma agrária. Em contrapartida, os grupos de oposição criaram uma coligação denominada Partido da Falange, cujo objetivo era barrar as mudanças. A cena política espanhola polarizou-se em dois grupos: os falangistas, liderados pelo general Francisco Franco, de orientação fascista; e os republicanos, que lutavam pela liberdade política e pelas garantias constitucionais.
Em julho de 1936, militares engajados na Falange iniciaram uma sublevação que foi o estopim do confronto. A guerra civil durou três anos e foi uma das mais cruéis do século XX. Os nazistas alemães, que estavam se preparando militarmente para o confronto com a Inglaterra, aproveitaram o episódio para testar suas novas armas, matando indiscriminadamente soldados e civis espanhóis.
As forças republicanas foram derrotadas e Franco impôs aos espanhóis um governo totalitário de caráter fascista  que durou até 1975, ano da morte do ditador.

Itália: fascismo.
         Em meio à crise que se abateu sobre a Europa após a Primeira Guerra Mundial, as forças políticas italianas polarizaram-se. Grande parte das lideranças das classes trabalhadoras pregava a revolução popular para derrubar o Estado (uma monarquia parlamentar); a elite, com medo da revolução proletária, apoiava o Movimento Fascista, fundado em 1919 por Benito Mussolini, que, posteriormente, se tornaria o Partido Fascista, cuja ideologia era uma mistura de anticomunismo, defesa da pátria e da propriedade privada.
         Em 1922, quando uma onda de greves e manifestações populares tomou as ruas de Roma e de outras cidades da Itália, Mussolini entrou na capital italiana à frente de 50 mil “camisas negras” (soldados de sua força paramilitar), em uma contundente demonstração de força. O episódio, que ficou conhecido como marcha sobre Roma, forçou o rei a aceitar as exigências dos fascistas, nomeando Mussolini primeiro-ministro e mantendo-se apenas simbolicamente no poder. Em 1925, o Estado totalitário foi integralmente constituído e Mussolini aclamado Duce, o condutor supremo da nação, com o apoio da Confederação Geral das Indústrias.
O novo governo recuperou a economia, incentivando a produção agrícola e industrial. Em 1929, ganhou o apoio da Igreja Católica ao assinar o Tratado de Latrão, que reconhecia a soberania do Estado do Vaticano. Na década de 1930, para superar os prejuízos decorrentes da crise de 1929, o governo incentivou a indústria bélica e a propaganda fascista passou a proclamar os benefícios da guerra.

Alemanha: nazismo
Terminada a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha mergulhou em uma crise econômica sem paralelo nos anos de 1920. Com o fim da guerra, foi criada a República de Weimar (1918-1933), de orientação socialdemocrata. A república não conseguiu recuperar a economia alemã, seriamente comprometida com as indenizações decorrentes da guerra e teve de enfrentar greves e conflitos sociais, precisando combater opositores de direita e de esquerda. A situação conturbada pela qual passava a Alemanha propiciou a criação de vários grupos políticos de extrema direita, apoiados pelas camadas médias e altas da sociedade. 
A crise de 1929 aumentou ainda mais a crise interna alemã. Sem empregos, uma parcela significativa dos trabalhadores buscou nas ideias socialistas e nos movimentos populares a saída para a falta de perspectivas. Temendo a crise social, a burguesia e as camadas médias procuraram apoio nos partidos de direita, que combatiam o comunismo e propunham um governo forte, capaz de reprimir qualquer revolta social. Nessa época, as SA, milícias nazistas que funcionavam como tropas de assalto contra as organizações de esquerda, ganharam prestígio por sua ação contra os socialistas. O prestígio das AS  fez do Partido Nazista e de seu líder uma das mais importantes forças políticas do começo da década de 1930 na Alemanha. Em 1933, Hitler foi nomeado chanceler, cargo que corresponde a chefe de governo. No mesmo ano, ordenou secretamente um incêndio no Parlamento (Reischtag), crime que atribuiu aos comunistas para justificar a instalação de um governo totalitário.
     O militarismo reativou a indústria bélica e a formação dos novos exércitos ocupou um grande contingente de desempregados, solucionando parte dos problemas sociais. As pessoas que insistiram em lutar pelos ideais de liberdade ou pela melhoria de vidas dos trabalhadores em um ambiente político democrático foram, em sua maioria, simplesmente eliminadas.
  • Fonte: PETTA, Nicolina Luiza de/Eduardo A. B. Ojeda/Luciano Delfini. História. Uma abordagem Integrada. Editora Moderna. S.Paulo. 2005.

Um comentário:

ruan oliveira disse...

muito bom esse texto obrigado por me
ajudar