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quarta-feira, 23 de março de 2016

Revolução Industrial (texto)

   Texto: Revolução Industrial                                     
         
Revolução Industrial

Pioneirismo inglês
            A Revolução Industrial inglesa começou a partir do acúmulo de capital obtido pela burguesia mercantil no comércio de especiarias. O mercado passou a ditar as diretrizes da produção e os comerciantes estruturaram sistemas produtivos de acordo com as necessidades desse mercado. Os sistemas de produção evoluíram lentamente ao longo da Idade Média e da Moderna e, dentre esses sistemas, podemos destacar cinco: o sistema familiar, o sistema de corporações, o sistema doméstico, a manufatura e o sistema fabril.
            A Inglaterra liderou a Revolução Industrial por ser o primeiro país europeu a reunir todas as condições necessárias para esse fim. A primeira condição foi a tomada do poder pela burguesia, ocorrida em 1688 com a Revolução Gloriosa. Livre dos choques com a nobreza, a burguesia ficou livre para acumular os capitais necessários para financiar invenções que barateassem o custo de produção.
            O capitalismo ampliou o império colonial britânico, abrindo novos mercados para as manufaturas inglesas. A posição de isolamento geográfico da Inglaterra manteve o país afastado dos conflitos europeus, enquanto o puritanismo (calvinismo inglês) estimulava o trabalho e a poupança. As novas doutrinas econômicas (Fisiocracia e Liberalismo Econômico) criaram uma ciência administrativa capaz de gerir lucros e investimentos de forma a otimizar resultados.
            Some-se a isso o impacto provocado pelo fenômeno dos enclousures (cercamentos). Por ordem do governo, os donos deveriam cercar suas terras, e quem não o fizesse teria as propriedades confiscadas. Tal política afetou principalmente os camponeses, porque estes não dispunham de condições para fazê-lo. Com isso, uma grande parcela  de terras ficou concentrada nas mãos dos grandes proprietários, que substituíram a agricultura pela criação extensiva de carneiros.Os enclousures extinguiram as terras comunais do interior inglês, transformando-as em propriedades agrícolas particulares, empresas rurais que visavam o lucro pessoal de seu dono a partir do atendimento das necessidades do mercado consumidor que se formava. Por outro lado, os cercamentos determinaram a expulsão do camponês da terra, reduzindo-o à condição de assalariado na própria zona rural, ou forçando-o a migrar para os centros urbanos que se industrializavam, como Manchester e Liverpool.
            As cidades passaram a acumular uma população numerosa e dependente. Estas pessoas sobreviviam do emprego oferecido pela indústria ou formavam o exército de desempregados que garantia o baixo custo da mão de obra. Os ingleses ainda tinham a seu favor o mercado interno desenvolvido e jazidas de carvão e ferro em seu território, além de receberem algodão em abundância das colônias e possuírem uma excelente infraestrutura de transportes, com estradas, portos, canais e, décadas depois, ferrovias.  

Condições de Trabalho
No início da industrialização, a classe operária foi submetida a duríssimas condições de trabalho. Destituída da posse de instrumentos de trabalho (ferramentas ou utensílios) e da propriedade dos meios de produção (fábricas e máquinas), os trabalhadores também não tinham nenhum tipo de legislação trabalhista que regulamentasse suas atividades ou que, ao menos, lhes protegesse da exploração.
            A jornada de trabalho nas primeiras décadas da industrialização variava entre 12 e 16 horas por dia. Os baixos salários, em conseqüência da abundância de mão de obra e da utilização de máquinas, eram a regra geral. Era comum a utilização de crianças e mulheres nas fábricas, uma vez que recebiam menos do que os homens.
            Os castigos eram rigorosos. Crianças que adormeciam durante o trabalho poderiam ser espancadas, e as pausas para descanso eram raras. Quem não conseguia seguir o ritmo das máquinas tinha que pagar multas. São muitos os registros de trabalhadores que cumpriam seus turnos sem se alimentarem. Em praticamente todas as fábricas, as condições de trabalho eram insalubres. Entretanto, aqueles que adoeciam corriam o risco de perder a vaga. Mulheres que engravidavam apelavam para a interrupção forçada da gestação. Eram raras as empresas que indenizavam os operários que se acidentavam durante o trabalho.
            Não demorou para que empregados e desempregados formassem associações para questionar a situação. Para algumas pessoas, as máquinas eram as grandes culpadas pelo desemprego e pelos baixos salários. Em 1812, começaram os primeiros protestos operários, quando um grupo de manifestantes, liderados por um certo General Ludd, partiram para a destruição de várias máquinas nas fábricas de Midland. Os membros do Parlamento tomaram medidas repressivas contra os ludistas e as demais associações de trabalhadores, tentando vencê-los pela ameaça da força. Várias reivindicações eram enviadas ao parlamento, mas, como os trabalhadores não tinham direito do voto, as parcas concessões sequer eram colocadas em prática. Cada vez mais insatisfeitos com essa situação, os trabalhadores uniram-se e passaram a exigir representação parlamentar.Esse movimento deu origem ao Cartismo, que lutava pelo sufrágio universal, voto secreto, renovação anual do Parlamento, igualdade entre os distritos eleitorais e fim da exigência de propriedade para os candidatos. Mas o movimento cartista enfraqueceu e desapareceu na medida em que as propostas foram sendo atendidas. Os trabalhadores continuaram associando-se em organizações trabalhistas, como as trade unions, e surgiram idéias e teorias preocupadas com o quadro da nova ordem industrial.
Fonte: Almanaque de História. Vestibular e ENEM.  On Line Editora.

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