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domingo, 25 de setembro de 2016

Segundo Reinado brasileiro: café e consequências (resumo).

Resumo - Segundo Reinado: café e consequências.   

O Segundo Reinado: café e consequências.

O Segundo Reinado tem início em 1840, com a maioridade de D. Pedro II e termina com a proclamação da República em 1889. Foi um período em que o país passou por grandes transformações, desde mudanças políticas (governo parlamentarista), sociais (chegada dos imigrantes com o fim da escravidão), tecnológicas (telégrafo, ferrovias) e econômicas (cafeicultura). O café foi o principal produto de exportação do Brasil durante o Segundo reinado, deu sustento ao império e proporcionou a definitiva consolidação do Estado nacional.
O café tomou a baixada fluminense no início do século XIX com suas plantações comerciais e logo se espalharia pelo vale do Paraíba (fluminense e depois paulista) e nos meados do mesmo século já chegava ao oeste paulista. Esta expansão se deve a vários motivos, entre eles, causas externas, como o aumento do consumo na Europa e nos EUA e crise na produção do Haiti e Indonésia e ainda causas internas, como disponibilidade de mão de obra escrava, grandes extensões de terras, terras férteis e clima favorável. Tudo isso fez com que o café superasse todas as culturas existentes no país já em meados do século XIX.
As ferrovias foram de fundamental importância para o escoamento da produção cafeeira. Enquanto a produção estava centralizada no Rio de Janeiro e no vale do Paraíba, a proximidade do porto e abundância de mulas para o transporte não geravam problema para a exportação. Mas, com a expansão do café para o oeste paulista, a distância para o escoamento da produção no porto aumentava a cada dia, gerando mais custos de transportes, mais dificuldades e diminuição dos lucros. A solução encontrada foi a construção de ferrovias. As ferrovias diminuíam o custo, o tempo e a distância e entre as fazendas produtoras e o desembarque no porto para exportação. Assim, no final do século XIX e início do século XX as ferrovias já cortavam o interior de São Paulo transportando café do interior para o porto e trazendo da cidade de São Paulo para o interior uma grande quantidade de produtos manufaturados.
O interior de São Paulo passou por grandes transformações com a chegada da lavoura cafeeira. Junto com as ferrovias, desenvolvem as cidades,  com suas estações de embarque de café, de passageiros e  também desembarque de produtos vindos da capital. Nas proximidades das estações nas cidades, desenvolvem-se o comércio, hotéis, armazém para estoque do café e toda uma série de serviços. As cidades crescem e aceleram o processo de urbanização do interior de São Paulo. Assim, importantes cidades vão ganhando  destaque no interior paulista: Campinas, Limeira, Rio Claro, São Carlos, Araraquara, Ribeirão Preto e  São José do Rio Preto.
O fazendeiro cafeicultor do oeste paulista tinha uma visão diferenciada da maioria dos fazendeiros do vale do Paraíba e já antecipava a provável extinção da escravidão, devido ao contexto internacional e ao encarecimento do custo do escravo no mercado interno. Diante desta situação, os fazendeiros paulistas, em parceria com o governo, vão viabilizar um projeto de estimulo à vinda de trabalhadores europeus para as lavouras de café do interior paulista, principalmente  italianos, espanhóis e portugueses.   Agora, os cafezais do interior de São Paulo já contam com o trabalho livre dos imigrantes e os cafeicultores já estão prontos para assumir a campanha da abolição da escravatura. Serão estes mesmos fazendeiros que articularão a instalação da República no ano seguinte à abolição da escravidão.
      O café, além da riqueza para o interior paulista, proporcionou desenvolvimento econômico para Segundo Reinado. A capital do império, Rio de Janeiro, vai ser palco de um surto industrial, provocado pela aprovação da tarifa Alves Branco, que aumentava os impostos dos produtos importados, favorecendo o produto nacional e graças também ao pioneirismo de Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, que com uma visão empreendedora, soube tirar proveito da situação e trouxe para o Brasil as primeiras indústrias: fundição, estaleiros, ferrovias e iluminação da cidade do Rio de Janeiro. Barão de Mauá se tornou o homem mais rico do império, despertando inimigos aos seus projetos. Acabou fracassando e levou seu império econômico à falência. Mas, pagou suas dívidas e ficou marcado na história como pioneiro da indústria no Brasil.
Mauá, o pioneiro da indústria, não teve sucesso nos seus projetos inovadores, mas destino diferente teve os fazendeiros paulistas, que com a riqueza advinda das exportações cafeeiras logo montariam as primeiras fábricas na cidade de São Paulo. Fábricas de baixos investimentos, como alimentícias e de confecções têxteis e que contariam com mão de obra de ex-escravos e imigrantes que não se adaptaram à vida rural nos cafezais paulistas. As ferrovias, recém construídas, irão se encarregar da distribuição das mercadorias fabricadas na cidade de São Paulo. Agora, os fazendeiros paulistas também são empresários, industriais, banqueiros. São capitalistas.
O café mudou a vida do império, incentivou a mudança do sistema de produção com a chegada dos imigrantes, trouxe as ferrovias, estimulou a urbanização, gerou renda para a instalação das primeiras fábricas, criou uma nova elite no país  que terá uma visão capitalista e republicana e, sobretudo garantiu a consolidação do império como Estado Nacional. O café chegou, seu auge passou e as suas consequências ficaram nas transformações ocorridas na história do país.

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