O Período Regencial e as rebeliões regenciais (1831-1840)
Com a renúncia de D. Pedro I (abril de 1831), o Brasil passou a ser governado por uma regência, pois o príncipe herdeiro (Pedro de Alcântara) não tinha a idade exigida pela Constituição de 1824, que previa uma idade mínima para a investidura do novo imperador. A primeira regência foi uma regência provisória, pois o Legislativo estava em recesso e não foi possível escolher uma regência permanente. A regência permanente só foi escolhida meses depois, quando acabou o recesso parlamentar. Em 1834 foi instituída a regência una e o mais importante regente foi o padre Diogo Feijó e depois Araújo Lima, como seu sucessor.
No período regencial existiam três correntes políticas: os moderados, que defendiam um governo regencial centralizado; os exaltados, que defendiam maior autonomia para as províncias e os restauradores, que defendiam a volta de D. Pedro I de Portugal. Foi um período de muita instabilidade política e ainda marcado por muitas rebeliões regenciais.
Na Bahia ocorre a revolta dos malês (negros muçulmanos), onde escravos e ex-escravos se revoltam contra a proibição da capoeira, a imposição da religião católica e a tirania da escravidão. Após dias de revolta, o movimento é derrotado pelas tropas do governo brasileiro. Os líderes da revolta são executados e a prática do islamismo banida da cidade de Salvador.
No Maranhão ocorre a revolta da Balaiada. Revolta contra o aumento de impostos, do alto preço e péssima qualidade de alimentos que chegavam aos maranhenses. Movimento liderado pelo Negro Cosme, chefe de quilombo, Raimundo Gomes, um vaqueiro e Manoel Francisco Ferreira, uma artesão de cestos. Após vitórias e a tomada da cidade Caxias, no interior do Maranhão, os rebeldes são derrotados pelas forças do governo brasileiro.
Na Bahia ocorre também a rebelião conhecida como Sabinada. Liberais radicais e adeptos da maçonaria iniciaram uma luta contra o governo regencial e a favor da independência da Bahia até a coroação de D. Pedro II. Liderados pelo médico Francisco Sabino, os rebeldes tomaram a cidade de Salvador, mas foram derrotados pelas trapas do governo brasileiro.
A revolta da Cabanagem ocorre no Pará contra a miséria e o descaso do governo federal. Os cabanos tomaram a cidade de Belém. Comandados pelo fazendeiro Félix Clemente Malcher, os irmãos Manoel, Francisco e Antônio Vinagre e o jornalista Eduardo Angelim, os rebeldes chefiam um novo governo na cidade. A reação do governo brasileiro foi violenta, derrotando os cabanos e matando cerca de 40 mil pessoas.
No Rio Grande do Sul ocorre a revolução dos farrapos ou Farroupilha. Grandes fazendeiros, republicanos e liberais, liderados por Bento Gonçalves e David Canabarro, lutam contra os altos impostos do charque e por maior autonomia para a província. Os rebeldes tomam a cidade de Porto Alegre e o movimento se espalha para o sul de Santa Catarina, proclamando a criação de uma nova república independente. Após dez anos de luta, os rebeldes são derrotados e é negociada a paz entre os rebeldes e os imperiais (tropas do governo central comandadas pelo futuro duque de Caxias)
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