Em 1600, enquanto a capitania de Pernambuco progredia embalada pela produção de açúcar, a capitania de São Vicente vinha perdendo força. Então, por falta de trabalho, parte da população vicentina subiu a Serra do Mar e, aos poucos, formou um povoado, São Paulo do Campo de Piratininga.
O povoado que mais tarde veio a ser
vila e depois a cidade de São Paulo teve um crescimento lento. Em 1660, São
Paulo era um povoado pobre; tinha apenas 150 casas, habitadas por cerca de
1.500 pessoas que plantavam milho e mandioca e criavam porcos e galinhas para
sobreviver.
Os paulistas eram homens rudes e acreditavam
que a única solução para a pobreza estava no sertão. Por isso, decidiram
organizar bandeiras, ou seja, expedições particulares que partiam geralmente de
São Paulo com o objetivo de capturar indígenas e achar ouro e pedras preciosas.
Uma grande bandeira era formada por
um ou dois bandeirantes experientes, alguns jovens de origem portuguesa, vários
mestiços e centenas de indígenas escravizados, usados como guias, carregadores,
guerreiros e cozinheiros.
Desde o inicio, os paulistas
prenderam e escravizaram índios. A partir de 1620, porém, com o crescimento das
plantações de trigo em São Paulo, aumentou muito a procura por trabalhadores.
Então, os paulistas organizaram grandes bandeiras de caça ao índio. Para
conseguir aprisionar muitos indígenas de uma só vez, atacavam as missões
jesuíticas.
As principais bandeiras de caça ao
índio, chefiadas por Antônio Raposo Tavares, destruíram em apenas dez anos
(1628-1638) as missões de Guairá (Paraná), Itatim (Mato Grosso do Sul) e Tape
(Rio Grande do Sul).
Desde cedo, os bandeirantes
encontraram pequenas quantidades de ouro no leito dos rios. No século XVII, uma
crise econômica levou o rei de Portugal a escrever aos bandeirantes para que
procurassem ouro e pedras preciosas no sertão. Em 1674, Fernão Dias Pais partiu
de São Paulo em direção ao sertão e pensou ter encontrado esmeraldas, mas eram
turmalinas, pedras verdes sem nenhum valor.
A trilha aberta por Fernão Dias, no
entanto, serviu para outras bandeiras, que, seguindo o mesmo caminho,
descobriram ouro. Entre elas, cabe destacar as bandeiras de: Antônio Rodrigues
Arzão, Sabará (Minas), por volta de 1693; Pascoal Moreira Cabral, Cuiabá (Mato
Grosso) em 1719; Bartolomeu Bueno da Silva, Vila Boa (Goiás), por volta de
1725.
Nos séculos XVII E XVIII, os
bandeirantes foram contratados por fazendeiros e autoridades para combater
índios ou negros rebelados contra a escravidão. Esse tipo de “negócio” entre
bandeirantes e poderosos era chamado de sertanismo de contrato.
História: Sociedade e Cidadania -7º
ano. Alfredo Boulos. Editora FTD.
Nenhum comentário:
Postar um comentário