Formação das Monarquias Nacionais: Portugal e Espanha
Origem das nações
Durante quase toda a Idade Média não existiam países como os
conhecemos hoje. As pessoas sentiam-se ligadas apenas a uma cidade ou a um
feudo, e não a um país. Já no final da Idade Média, os reis voltaram a aparecer
em cena. Queriam ampliar seu poder e submeter os senhores feudais e a Igreja. A
única saída para isso era aliarem-se aos burgueses, centralizando, assim, a autoridade.
Nesta aliança, a burguesia contribuiria com o dinheiro, e o
rei faria as modificações que favorecessem o comércio. Com o dinheiro da
burguesia, os reis poderiam organizar um exército profissional capaz de impor sua
autoridade aos outros senhores feudais e nobres. Estas novas nações, por serem governadas
por reis, ficaram conhecidas como Monarquias Nacionais.
A Monarquia Nacional Portuguesa
Portugal foi o primeiro país europeu em que se consolidou um
governo forte, centralizado na pessoa do rei. A formação da Monarquia Nacional Portuguesa
iniciou-se na luta pela expulsão dos árabes, que desde o século VIII dominavam
a península Ibérica. O rei Afonso VI, do reino cristão de Leão e Castela,
com o auxilio de nobres franceses, conseguiu vitórias na luta contra os mouros.
Como recompensa, concedeu ao nobre francês Henrique de Borgonha a mão de sua
filha e doou terras que formavam o Condado Portucalense.
O filho de Henrique de Borgonha, Afonso Henriques,
proclamou-se rei de Portugal em 1139, dando início à dinastia de Borgonha. Afonso Henriques, o Conquistador,
estendeu seus domínios para o sul, até o rio Tejo, e fez de Lisboa, sua
capital.
Em 1833, com a morte do último rei da dinastia de Borgonha,
dom Fernando, o Formoso, a coroa portuguesa poderia cair nas mãos dos soberanos
espanhóis, parentes do rei morto. A burguesia portuguesa, por sua vez, temia
ver seus interesses comerciais prejudicados pelos espanhóis. Assim, o povo e os
comerciantes portugueses aclamaram rei de Portugal dom João, de Avis e meio
irmão de dom Fernando.
Até 1835, desenvolveu-se violenta luta entre, de um lado, a
nobreza dos espanhóis e o exército castelhano e, de outro, o povo e a burguesia
portuguesa, que apoiavam dom João. Graças ao apoio financeiro dos comerciantes portugueses,
as forças revolucionárias venceram a luta, conhecida como Revolução de Avis, e
dom João assumiu o trono português. Por terem recebido ajuda dos comerciantes,
os reis da dinastia de Avis deram todo apoio à expansão do comércio e às Grandes
Navegações, que ocorreriam a partir do início do século XV.
A Monarquia Nacional Espanhola
A partir do século XI, inicia-se o processo de reconquista da
península Ibérica, dominada desse o século VIII pelos mouros, muçulmanos de
origem africana. Pouco a pouco os pequenos reinos cristãos fixados no norte
da península, durante a conquista árabe, conseguiram ampliar seu território. Foram
fundados vários reinos: Aragão, Costela, Leão, Navarra. Com isso, os muçulmanos
começaram a recuar em direção ao litoral sul. No final do século XII, a maior
parte do território já tinha sido reconquistada.
Em 1469, o casamento de Fernando (herdeiro do trono de
Aragão) com Isabel (irmã do rei de Castela e Leão) uniu os três reinos, dando
origem à Espanha. Em
1492, os exércitos de Fernando e Isabel apoderaram-se de Granada e expulsaram definitivamente
os mouros da península Ibérica, consolidando a monarquia na Espanha. Foi no século
XVI, com Carlos I, que a Monarquia Nacional Espanhola atingiu seu apogeu.
Fonte: História e Vida. Da Pré-História à Idade Média.
Nelson Piletti e Claudino Piletti. Editora Ática- S.Paulo.
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