Civilização Romana
a cidade de Roma teria sido fundada em 753
a.C., na planície do Lácio, região central da península Itálica. Na época da
fundação, a península era habitada por gauleses, etruscos e italiotas (nas
planícies centrais) e gregos (ao sul). Entre as tribos indo-europeias,
destacavam-se os latinos, habitantes da planície do Lácio.
* Monarquia
(753 - 509 a.C.) O rei tinha atribuições administrativas,
militares, jurídicas e religiosas. Havia um conselho de anciãos (Senado), que
exercia funções legislativas, com poder de veto sobre as leis propostas pelo
rei, e uma assembléia da qual participavam todos os proprietários de terras. A
economia romana baseava-se na atividade pastoril, e a sociedade era assim
dividida: patrícios – camada social dominante, grandes proprietários de terras;
clientes – classe intermediária, formada por indivíduos que se colocavam sob
dependência ou proteção de famílias patrícias, em troca de prestação de
serviços; plebeus – homens livres sem direitos políticos, trabalhavam como
camponeses, artesãos ou comerciantes e estavam sujeitos à escravidão por
dívidas. No ano 509 a. C., um golpe desfechado pela aristocracia patrícia pôs
fim à monarquia.
* República (509 – 27 a.C.) No período
republicano, consolidou-se o modo de produção escravista e definiu-se o perfil
imperialista da civilização romana. Controlado pela elite patrícia, o Senado
passou a ser órgão de maior poder político.
A partir do século V a.C., entrou em guerra
contra Cartago, localizada no norte da África, grande potência comercial da
época. O conflito foi conhecido como Guerras Púnicas. Entre 264 a.C. e 146
a.C., Roma sobrepôs-se como potência hegemônica e Cartago converteu-se em
província romana.
Durante esse período, imensos territórios
foram anexados aos domínios romanos, e o mar Mediterrâneo tornou-se um “lago
romano” (o mare nostrum). As regiões
conquistadas passaram para o controle romano como províncias, e cada uma era administrada
por um procônsul.
A expansão territorial trouxe transformações
econômicas, sociais e políticas que provocaram uma violenta crise na república.
As consequências do imperialismo foram o aumento do número de escravos e a
consolidação da economia escravista; o aumento do número e da extensão dos
latifúndios; a ruína dos pequenos proprietários; o desemprego no campo e o
êxodo rural; o afluxo de riquezas na forma de impostos e produtos de saques
efetuados após as guerras de conquista e
os conflitos sociais decorrentes do caos urbano (desemprego) e da crise
política ( guerra civil).
O quadro de empobrecimento, tensão social e
anarquia generalizada provocaram lutas civis que se refletiram no cenário
político. Uma sucessão de golpes e assassinatos marcou o período entre 133 a.C.
e 27 a.C.
Entre 133 a.C. e 121 a.C., os irmãos Graco
elaboraram um projeto de reforma agrária e a Lei Frumentária, que determinava o
fornecimento de trigo e pão a preços reduzidos para a população pobre de
Roma. Tibério foi assassinado e, depois
de sofrer violentíssimas perseguições, Caio Graco ordenou a um escravo que o matasse.
Em 60 a.C., um acordo entre as camadas
sociais dominantes resultou na formação
do Primeiro Triunvirato. Formado por Crasso, Pompeu e Júlio César, o Primeiro
Triunvirato foi a alternativa para solucionar a longa crise política de
república romana; porém, Júlio César organizou um golpe que o tornou imperador
de Roma e converteu a república em um regime autoritário.
Temendo pelo fim de seus privilégios e
reagindo às reformas de César, o Senado conspirou contra o ditador,
assassinando-o em 44 a.C. A morte provocou uma grande revolta popular,
habilmente explorada pelo general Marco Antônio. Com Lépido e Otávio, Marco
Antônio organizou o Segundo Triunvirato, em 43 a.C.
Após conflitos pela tomada do poder, Otávio
impôs-se como cônsul único de Roma, que estava prestes a se tornar um império.
* Império (27 a.C. – 476 d.C.) Em 27 a.C, após
receber do Senado o título de Augustus, que lhe atribuía poderes divinos e
estabelecia o culto ao imperador, Otávio reorganizou as estruturas políticas de
Roma e centralizou o poder.
Durante o Alto Império, Roma atingiu o seu
apogeu, desfrutando das conquistas territoriais que atingiram seu ponto máximo.
Octávio Augusto dividiu o império em 54
províncias, estabeleceu a paz nas fronteiras (a chamada pax romana) e estendeu a cidadania para cinco milhões de pessoas
das diversas regiões sob o controle romano. Para manter o controle social e
ampliar o apoio político, distribuía trigo e promovia espetáculos públicos
gratuitos, atitude que ficou conhecida como panen
et circenses ( política do pão e circo).
O apogeu do Império Romano durou até meados
do século III d.C. O crescimento do cristianismo (que criticava a divindade do
imperado, o escravismo e as guerras), a crise do escravismo (em decorrência do
fim das conquistas territoriais e das críticas dos cristãos), as revoltas nas
províncias, a corrupção e as intrigas palacianas, a formação do colonato para
substituir a falta de mão de obra escrava e as constantes invasões bárbaras
minaram lentamente o poder do império entre os séculos IV e V d.C.
Alguns imperadores tentaram dar sobrevida ao
império. Convertido ao cristianismo, Constantino (313 d.C. a 337 d.C.) promoveu
uma reforma religiosa, com a instituição do Edito de Milão, que concedia
liberdade de culto aos cristãos do império. Teodósio (380 d.C. a 395 d.C.)
tornou o cristianismo a religião oficial do império e, numa tentativa de
contornar a crise administrativa, dividiu o Império Romano em dois: Império
Romano do Ocidente (com a capital em Roma) e Império Romano do Oriente ( com a
capital em Constantinopla).
Contudo, a parte ocidental do império caiu
definitivamente nas mãos dos germânicos (chamados de “bárbaros” pelos romanos)
no ano 476. A parte oriental do império, convertida em Império Bizantino,
sobreviveria por mais alguns séculos.
Cultura Romana: Arquitetura (Foi a
principal manifestação artística dos romanos antigos. As construções eram
marcadas por arcos e abóbadas e técnicas que ampliaram os espaços interiores.
Destaque para o Coliseu). Direito (Durante a República foi criada a Lei das
Doze Tábuas, marcando o início do desenvolvimento do Jus Civilis, ou direito civil). Latim ( Idioma do qual se
originaram o português, o espanhol, o francês, o italiano e o romeno). Religião
(Os deuses gregos e algumas divindades orientais foram adotados pelos romanos
com nomes latinos. Durante o Baixo Império, o cristianismo atraía multidões,
com suas críticas ao militarismo, ao escravismo e ao politeísmo oficial e com
propostas de liberdade, amor e paz).
Fonte: História: Ciências Humanas e suas Tecnologias. Caderno de Revisão. Editora
Saraiva)
Um comentário:
Parabéns pelo resumo professor, bem completo.
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