O surgimento do Estado.
No período final do Neolítico (Idade dos
Metais), com a sedentarização do homem e com o desenvolvimento da agricultura,
criação de animais, construção da própria moradia (aldeias), ocorre uma grande
transformação na vida das pessoas: crescimento da população, melhoria das
condições de vida; aumentando, assim, a complexidade das tarefas, dos bens
materiais e das relações humanas. Politicamente, a grande mudança foi o
aparecimento do Estado. Nestas sociedades com Estado a vida coletiva é
administrada por uma pessoa ou um grupo de pessoas. Dessa forma, sugiram as primeiras formas de
liderança dos Estados.
A
presença do Estado já é notada fortemente nas primeiras civilizações da
antiguidade, como o Egito, a Mesopotâmia, a Pérsia, entre outros. Assim, as
civilizações se formaram a partir de sociedades politicamente organizadas por
meio da criação de um Estado.
No decorrer da história da humanidade, a
presença do Estado é usada como fator de “civilização” ou ‘barbárie” para
caracterizar povos e suas organizações, costumes e cultura; mesmo nem sempre
sendo possível usar tal fator como único critério.
Após a
antiguidade e já no final da Idade Média e início da Idade Moderna, se dá a
formação dos Estados Nacionais Modernos, com os surgimentos dos países modernos e
existentes até hoje, como Portugal, Espanha, França e Inglaterra.
Estamos acostumados a associar nação a um
Estado, com governos, fronteiras e territórios estabelecidos juridicamente. No
entanto, há diferença entre nação e Estado? Se moramos em um país, fazemos
parte de uma nação ou de um Estado? As comunidades indígenas dos Yanomami e
seus subgrupos estão presentes no Brasil e na Venezuela, eles possuem Estados
ou nações?
As
nações são caracterizadas por suas culturas, tradições, línguas, costumes,
dentre outros fatores que dão identidade aos indivíduos e seus grupos. Já o
Estado é definido pelo conjunto de instituições que controlam e administram uma
nação ou país.
Na
antiguidade, os gregos associavam a cidadania à sua pólis, ou seja, à sua
cidade-Estado. Durante a denominada Idade Média, na Europa, não havia a ideia
de nação, estavam politicamente e culturalmente ligados às concepções cristãs
de comunidade, ao poder religioso e a um Senhor (feudal). As formas de
organização política e territorial dos Estados-nação tiveram início na
modernidade (séculos XV a XVIII), com a Formação das Monarquias Nacionais
modernas, e consequentemente ao longo dos séculos XVIII e XIX, no mundo
Ocidental, as relações entre os indivíduos e o Estado passam a ter novas
configurações e estruturas.