Escravidão na colônia brasileira
Escravidão: da África ao Brasil
Os africanos
escravizados formaram a força de trabalho no Brasil por séculos. A maioria dos africanos, escravizados,
pertenciam aos povos africanos sudaneses (Costa do Marfim, Senegal) e bantos
(Moçambique, Angola e Congo). Após
capturados por tribos inimigas, estes africanos eram forçados a embarcar em
navios conhecidos como “navios negreiros”.
Após quase dois meses de viagem no Oceano Atlântico em
condições precárias, com pouca comida e segurança e muitas doenças e mortes,
chegavam em terras brasileiras, principalmente no Rio de Janeiro, Pernambuco e
Bahia
Já desembarcados nas cidades do
litoral brasileiro, os escravos eram examinados, avaliados e comprados. Geralmente separados de suas famílias, eram
levados para o trabalho em fazendas, engenhos, comércio e como domésticos nas
casas dos seus senhores.
Vida de escravo no Brasil
No Brasil,
os escravos trabalhavam de doze a quinze horas por dia: começavam entre 4 e 5
horas da manhã e iam até o anoitecer. Por vezes, nas manhãs dos feriados e domingos
eram usados no conserto de cercas, caminhos e outros serviços. Recebiam uma
cuia de feijão e uma porção de farinha de mandioca ou de milho. Vez por outra,
recebiam também pedaços de rapadura e carne-seca.
Eram
castigados por qualquer pequena falta. Entre os instrumentos de castigos
estavam a palmatória, a máscara de ferro e a chibata. O escravo era, ao mesmo tempo, objeto e
pessoa, tinha vontade própria, mas não podia executá-la se fosse contrária à
vontade de seu senhor.
As fugas e o suicídio ocorriam como
forma de resistência. Os escravos que fugiam refugiavam-se em grupos chamados
de Quilombos. O maior e mais duradouro
de todos os quilombos brasileiros foi o Quilombo de Palmares, no atual estado
de Alagoas.
Os africanos não vieram para o Brasil
por vontade própria; foram trazidos para trabalhar. O homem trabalhava como
agricultor, carpinteiro, ferreiro, pescador, pedreiro, carregador, ajudante no
comércio e em várias outras funções. A mulher cultivava a terra, cuidava dos
doentes, colhia e moía a cana, lavava, passava, fazia partos, vendia doces e
salgados e outras atividades.
Nos engenhos, o trabalho começava na
madrugada: antes do nascer do sol, a porta da senzala era aberta e os escravos
eram conduzidos às áreas de trabalho. Grande parte dos escravos ia para os
canaviais, onde faziam o plantio, a colheita e o carregamento para o barracão
do engenho. Dentro do barracão, cuidavam da moenda, da fornalha e da caldeira -
fervura do caldo da cana. Depois, colocavam em formas e eram encaixadas para a
venda.
Na mineração, os escravos também
faziam a maior parte do trabalho. Garimpavam ouro no leito do rio e em galerias
estreitas, molhadas e sem segurança, que desabavam com frequência. Ficavam o
dia inteiro em pé, com parte do corpo dentro da água e em péssimas condições.