Brasil antes de Cabral
Antes dos portugueses alcançarem terras brasileiras, nosso território era ocupado por uma infinidade de povos que rompiam as compreensões de mundo do homem europeu. De forma equivocada, ao chegarem aqui, os portugueses acreditavam que os índios formavam uma cultura comum portadora de pequenas variações de comportamento e costume. Ainda hoje, essa primeira constatação de nossos colonizadores está bem afastada das atuais 218 etnias e 218 línguas e dialetos proferidos por nossos indígenas.
Segundo alguns estudos, as migrações pioneiras para o continente americano foram encerradas há cerca de cinco mil anos. Já nesse momento, temos o desenvolvimento de diferentes grupos humanos, da atividade coletora, da agricultura e a formação de sociedades complexas dotadas de vários centros urbanos.
Entre os coletores, os sambaquis aparecem em diferentes pontos do litoral brasileiro, principalmente em Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Sambaqui é o nome utilizado para nomear os grandes depósitos de detritos ósseos e orgânicos que se formaram nas proximidades das regiões ocupadas por grupos humanos coletores. Entre os nativos brasileiros, os índios Pataxó e Nambikwara são os que frequentemente adotaram esse tipo de vida.
Na porção norte do território, os povos ceramistas se destacaram pelo desenvolvimento de uma rica cultura material marcada pela presença de vasos, urnas funerárias, bacias e outros utensílios. Habitando a ilha de Marajó, entre os anos 500 e 1300 d.C., os povos marajoaras foram um dos mais proeminentes representantes do trabalho com artefatos em cerâmica. Antes que os colonizadores europeus surgissem no continente, essa civilização havia desaparecido completamente.
Na totalidade do território brasileiro, a família linguística tupi-guarani foi a que se encontrava em maior número. Presentes em variadas porções do subcontinente sul-americano, os tupis eram conhecidos pelo desenvolvimento de aldeias compostas por uma população variando entre 500 e 800 habitantes. Além disso, praticavam a agricultura com a plantação de batata-doce, milho, pacova, abacaxi, mandioca, entre outras culturas.
De fato, entre os tupis englobamos uma infinidade de povos que podem ser distinguidos por costumes bastante específicos. Paralelamente, também devemos citar os grupos humanos que se inserem nos grupos linguísticos aruaque, jê e xavante. Sem dúvida, percebemos que a diversidade de culturas é uma realidade que antecede a chegada das caravelas de Pedro Álvares Cabral.
Rainer Sousa - www.brasilescola.com
2 comentários:
Achei que o texto é mt grande . Diminuam ! u.u
De fato os povos indígenas, um dos pilares da sociedade brasileira, têm ao longo dos anos, seus valores culturais esquecidos ou vilipendiados pela cultura ocidental. A riqueza e sabedoria de diversos povos e tradições, quando muito chamam atenção apenas pelo lado exótico ou folclórico, em nada qualificamos sob a forma de um conhecimento dinâmico, não temos uma simbiose em nossas inserções, quase sempre somos o predador sobre a indefesa vítima. A representatividade no Congresso ainda é pífia, lá pelo anos 80 havia o Deputado Cacique Juruna, Terena havia tentado, Kaka Werá ao senado neste ano de 2014 (5º colocado no Estado de São paulo pelo PV), lendas e mitos para nos gerações. Certamente espíritos aguerridos, mostram-se atuantes na religiosidade brasileira, imagens de gesso em casas de Umbanda, são um viés a ser enaltecidos deste encontro... alma não tem cor, mas em falanges se agrupam pelo que conheci. Texto bem compacto, mas que poderia ser mais bem incrementado, cores e sabores não faltam...ótimas pesquisas e teses.
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